"Essa é a
minha tela"
Instalação. Volume. Fotografia.
Você provavelmente não me conhece, mas sou Alex Körner, um artista de São Paulo que cria instalações volumétricas em bandejas não convencionais para explorar as tensões e
riscos da vida contemporânea.
sobre
Alex Körner (São Paulo, publicitário, Brasil, 1979) cria instalações volumétricas em superfícies não convencionais, como bandejas dos mais variados tipos, explorando as tensões e riscos conscientes e inconscientes da vida contemporânea. Combinando tinta e materiais comuns – como plástico, algodão, gelo, papel, entre outros – o artista constrói narrativas tridimensionais que abordam desde guerras e catástrofes ambientais até a frágil diversidade social e os amores perdidos. Sua prática artística transforma essas bandejas em negativos, com a fotografia proporcionando a continuidade essencial à obra final.
A convivência intensa com centenas de histórias e os mais diferentes perfis de pessoas ao longo de décadas no ramo de seguros oferece a Körner uma perspectiva única. Inspirado por essas vivências, ele faz da sua arte uma lente para explorar as tensões da vida contemporânea, materializando-as em instalações volumétricas. Através de suas narrativas tridimensionais e da continuidade proporcionada pela fotografia, Körner desafia o público a confrontar os aspectos menos visíveis, mas sempre presentes, das tensões diárias. Körner deixa sua marca com uma linha côncava no rodapé, que funciona como um refletor, convidando o espectador a refletir sobre nosso papel na humanidade junto com ele.
Körner participou de diversas exposições coletivas tanto no Brasil quanto no exterior. Entre as exposições destacadas estão "A Flor Nascida na Fresta do Asfalto" na Pinacoteca de Fórum das Artes em Botucatu, São Paulo, a exposição itinerante "Desvendando Oceanos", que percorreu diversos espaços públicos e privados como o Centro Cultural de Santo Amaro em São Paulo, e "Futebol Arte" no 8° Salão Internacional de Arte Brasileira em Liechtenstein.
Declaração do Artista
Opto por utilizar bandejas como telas, pois são metáforas da nossa disposição em consumir e descartar conteúdos rapidamente.Transformar essas bandejas em instalações é minha forma de mostrar as tensões e riscos que enfrentamos diariamente. Quero que todos pensem além da superfície e reflitam sobre o que realmente importa no mundo atual.
assunto
Começo pelo tema.
Qual é a mensagem que quero transmitir? Que risco desejo provocar reflexões nas pessoas? Como represento essa tensão - é na forma das estruturas, na manipulação da luz e sombra, na paleta de cores intensas? Ou é através dos objetos escolhidos, que criam volumes e texturas singulares?
Aqui vem a parte mais desafiadora, que pode levar dias, semanas ou até meses. Como vou explorar esse tema? Como vou criar a instalação artística?
Este estágio demanda muita pesquisa, reflexão e trabalho mental intenso. Meu estúdio é muito pequeno. Mentalmente, eu experimento composições, cores, ângulos, elementos - explorando todas as possibilidades para cada instalação.
Normalmente, tenho poucos esboços digitais das minhas obras. Quando chego a um formato definido, se necessário, realizo alguns testes.
Hora de colocar as mãos na massa.
Primeiro, compro os materiais necessários.
Em seguida, reservo um dia dedicado à
produção, onde mentalmente revisito cada
etapa do processo.
A bandeja funciona como a instalação que
pode se tornar o negativo da obra. Isso ocorre
porque se utilizo materiais efêmeros como gelo,
água ou fogo, a obra pode desaparecer,
restando apenas a fotografia. O negativo é
concretizado ao empregar materiais duráveis
como papel, algodão, tinta, entre outros.
Cada peça exige um método de
montagem exclusivo, proporcionando
aprendizado contínuo ao longo de cada obra.
Ajusto meticulosamente cores, iluminação e
composição. Testo. Testo novamente.
Em seguida, calibro a câmera, refinando
cores, ajustando iluminação e focando nos
detalhes. É hora de começar a fotografar.
Nesse momento, busco capturar a imagem que melhor expressa o tema e a essência da instalação, refletindo sobre cada foto para transmitir tensão, volume e mensagem.